[MÚSICA] Olá, vamos começar com uma pequena reflexão, o que você acha que as empresas devem mudar? Charles Darwin, o pai da teoria da evolução da espécie já disse que não são as espécies mais fortes nem as mais inteligentes que sobrevivem, mas sim aquelas que melhor se adaptam à s mudanças. Eu acho que essa frase exemplifica muito bem o por quê que as empresas devem mudar nos dias de hoje. Não são as empresas mais fortes, mais ricas, que sobrevivem, mas são aquelas empresas que conseguem se adaptar facilmente à s mudanças pelas quais o mundo todo vem passando nas últimas décadas. Nós conhecemos histórias de grandes empresas que faliram ou perderam muito valor por não terem se adaptado. Temos, por exemplo, a Kodak, maior fabricante de filmes fotográficos, que praticamente desapareceu. Atari, fabricante dos consoles de videogames, a própria rede Blockbuster de aluguel de filmes, a Yahoo, a BlackBerry e aqui no Brasil temos o exemplo da Varig, que já foi a maior empresa aérea do paÃs. Agora, também vemos que essa necessidade de mudança só aumenta com o tempo. Você vê, por exemplo, o Spotify ameaçando o mercado das gravadoras de músicas, das gravadoras. O Airbnb, que não tem sequer quarto de hotel no seu ativo, mas ameaça todo o mercado de hotelaria, o Whatsapp, que é aplicativo de celular, que ameaça o mercado, principalmente de ligações de longa distância, das empresas de telecomunicações. Você tem o Uber, que apesar de não ter sequer carro na sua frota, ameaça o trabalho dos taxistas e todas essas empresas de bancos, fintechs como o Nubank que estão tirando o sossego dos bancos mais antigos, os bancos tradicionais, então, tudo isso só mostra que o ritmo da mudança tem se agravado e tem acelerado cada vez mais, o que faz com que todas as empresas procurem se reinventar e buscar novos modelos de negócios para superar todos esses desafios das mudanças, mas o que será que provoca tantas mudanças? Vamos olhar pouco o contexto que fez com que a gente chegasse nesse ponto, nesse ritmo de aceleração, de mudanças tão grandes. Vamos falar pouco sobre os fatores contextuais que têm impulsionado as mudanças nas organizações. O primeiro desses fatores está relacionado com a natureza da força de trabalho, nós temos cada vez mais aumento da diversidade cultural da população, seja com imigrações internas ou imigrações de outros paÃses, nós temos, dentro de escritório, por exemplo, diversas gerações trabalhando juntas, gerações babyboomers, geração x e geração y, trabalhando todas ao mesmo tempo, também temos o processo e o fenômeno de envelhecimento da população, que tem feito aumentar a idade média das pessoas que ainda estão trabalhando e, por fim, temos a terceirização crescente da mão de obra, temos também o fator da tecnologia, que tem impulsionado as mudanças nas organizações. Os avanços tecnológicos trazendo computadores mais rápidos, mais baratos e portáteis, os smartphones, o crescimento das redes sociais da computação nuvem, a inteligência artificial e a automação de sistemas no chão de fábrica, por exemplo, têm impulsionado as mudanças nas organizações, também vemos vários exemplos de choques econômicos que têm provocado uma série de transformações, colapsos do sistema financeiro, temos eventos de recessão global, como o de 2008 mais recentemente, nessa última, temos também o fenômeno da globalização, que é esse crescimento da competição nÃvel global, uma competição por recursos, que são cada vez mais escassos, ao mesmo tempo mais baratos, mas que estão a disposição do mundo todo, também o crescimento das fusões e aquisições, seja nÃvel nacional como nÃvel internacional. Nós temos, também, uma série de mudanças e tendências sociais que têm provocado aumento e uma aceleração das mudanças nas organizações. O crescimento, por exemplo, da consciência ambiental. Hoje, é inviável uma empresa se desenvolver se elas não pensar nos impactos que ela causa no meio ambiente e ela precisa comunicar isso para os seus clientes e para a sociedade. Existe, também, cada vez mais, uma aceitação das diferenças de escolha sexual, inclusive com programas dentro das empresas para aumentar as portas de parcelas da população de minorias, também temos o aumento de tarefas múltiplas e da conectividade, com a flexibilização da mão de obra, o aumento do home office, tudo isso são exemplos de tendências sociais que provocam grandes mudanças no mercado de trabalho. Temos, ainda, polÃticas internacionais, polÃticas anticapitalistas, a abertura do mercado da China para o mundo, que gerou uma oportunidade de negócios que nunca houve no mundo todo. Embargos a nações árabes, como no caso do Irã, que também afetam o mercado internacional e o trânsito de produtos e serviços todo o mundo. Tudo isso transformou o nosso mundo e o mercado onde nós todos vivemos, a sociedade, a população, a demografia, tudo isso tem impactado as organizações, de forma que o mundo se transformou numa grande VUCA, essa expressão VUCA foi criada pelo exército americano para descrever uma situação de alta complexidade na área de combate. Essa expressão VUCA significa o seguinte, o V é de volatilidade, a volatilidade é uma das caracterÃsticas do nosso mundo hoje dia, está relacionada à velocidade das mudanças e à turbulência das mudanças, que é cada vez maior. A letra U é do inglês uncertainty, que quer dizer a incerteza, está relacionada com a dificuldade de prever os acontecimentos. O C é de complexidade, que está relacionada com a diversidade de forças atuando no ambiente organizacional, quanto mais forças atuando no ambiente organizacional, mais complexa fica a tomada de decisão, isso gera uma série de complicadores que não tÃnhamos antigamente e o A está relacionado, finalmente, à ambiguidade, que é essa dificuldade que temos hoje para interpretar os eventos de maneira correta. Isso é muito visÃvel com o crescimento alarmante das fake news, por exemplo, onde não temos mais certeza do que é verdade e do que não é verdade, então aqui temos configurado sistemas de forças que provocam essas mudanças nas organizações. O papel de você como lÃder é preparar a sua organização para as mudanças para não perder o bonde da história e manter essa empresa para que tenha uma vinda longa ao longo de muitos anos. [MÚSICA]