[MÚSICA] [MÚSICA] Bem vindos. Eu sou Paulo Zanotto, sou professor de virologia aqui no departamento de microbiologia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo. A gente trabalha, aqui nesse nosso laboratório, que é o laboratório de evolução molecular e de informática, com a evolução de vírus e, particularmente, a gente tem trabalhado bastante agora, com esses vírus, que tem causado sérios problemas aqui no Brasil, que são arbovírus que estão se espalhando de forma quase que incontrolável e, basicamente, novos vírus têm chegado continuamente aqui no nosso país e causado surtos importantes. Começaram com Dengue, depois vocês viram a introdução, mais ou menos há uns quatro anos atrás, de Chikungunya e também do vírus Zika e, mais recentemente, a gente têm vivido, experimentado, esse surto, significativo na cidade de São Paulo, de Febre Amarela, que a gente considera sendo uma epizootia, trazida por macacos para dentro da cidade. No caso da nossa função, têm sido desenvolver pesquisa básica para entender aspectos fundamentais do comportamento desses vírus, principalmente, no caso da Dengue, esse grupo aqui entendeu a hiperendemicidade, ou seja, a a circulação de todos esse diferentes sorotipos de Dengue na região metropolitana de São Paulo. No caso da Zika, o ICB, a Universidade de São Paulo teve papel fundamental estabelecer a relação causal entre o vírus da Zika e a Microcefalia, que estava se manifestando de maneira assombrosa no nordeste do Brasil e, também de forma significativa, outras regiões do Brasil. No caso da Chikungunya, a gente está tentando entender e estudar melhor o espalhamento desse vírus, que pode causar problema enorme de cunho socioeconômico, porque ele afeta pessoas que podem ficar sem trabalhar, por exemplo, trabalho [INCOMPREENSÍVEL], de 6 a 8 meses. E, no caso da Febre Amarela, a coisa mais interessante é que a Febre Amarela, apesar de existir aqui desde o século XVI, ela agora está saindo das florestas e se aproximando da grande cidade de São Paulo e de todo o resto do Brasil, que antigamente não era exposto à Febre Amarela, porque ela ficava, geralmente, na floresta, entre macacos. Então, essa é uma situação concreta que a gente têm trabalhado, mas a gente também têm que ficar de olho outros agentes importantíssimos, que já estão causando problemas outros lugares do mundo e que, possivelmente, vão chegar no Brasil, como, por exemplo, o [INCOMPREENSÍVEL], que é vírus que já saiu da África, já se encontra na Europa. A gente têm outras linhagens de vírus do Oeste do Nilo, não aquela que 2000 fez aquele estrago ano no hemisfério norte, infectando pessoas e animais quase cinquenta estados dos Estados Unidos. E agora a gente têm esse problema muito sério com a nova linhagem West Nile que agora sai do vírus do Oeste do Nilo, que sai da África e está causando problemas na Europa também. E, nós temos também, aquele problema seríssimo com esse vírus do camelo, esse coronavírus do camelo, o MERS, que também tem o potencial pandêmico, de se espalhar pelo mundo todo, e outros agentes africanos importantes, que a gente continua de olho neles também, como o Rift Valley, o vírus do Vale da Fenda, na parte leste da África, transpassa praticamente norte-sul o continente africano. E esse vírus que vem desse local, agora, também está dando indicações que ele pode sair da África, e outros vários, então, essa é a nossa temática. Tentar de alguma forma estabelecer sistemas de pesquisa básica e, eventualmente, até alguns procedimentos proativos com relação a isso. Nesse curso a gente vai olhar três aspectos importantes dessas arboviroses. A primeira é quem são os agentes, quem são os vírus que estão causando esses problemas. O segundo aspecto que a gente está tentando entender é, como é que funcionam os vetores, como é que esses vírus são espalhados, quais são os mosquitos envolvidos. E, no terceiro caso, a gente vai tentar, nos desdobramentos desse curso, tentar olhar o impacto desses agente humanos, então aí a gente vai estar olhando para a questão da patologia que eles causam, das doenças que eles causam humanos. [MÚSICA] [MÚSICA]